terça-feira, 27 de novembro de 2018


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Lições Bíblicas do 4° trimestre de 2018 - CPAD | Classe: Adultos | Data da Aula: 2 de Dezembro de 2018
TEXTO ÁUREO
'Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando." (Jo 15.14)

VERDADE PRÁTICA
As palavras dos filhos de Deus devem condizer com aquilo que eles praticam.
LEITURA DIÁRIA
Seg. Dt 5.29: Deus anela que haja disposição em nós para obedecê-lo
Ter. 1Sm 15.22: Deus preza mais a nossa obediência do que os sacrifícios
Qua. Jo 14.15: O amor ao Senhor Jesus é demonstrado pela obediência
Qui. At 5.29: A obediência ao Senhor tem prioridade sobre a obediência civil
Sex. Tg 1.22: A prova da obediência está na prática e não nas palavras
Sab. Hb 5.8: Jesus deu-nos o exemplo sendo obediente ao Pai
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Mateus 21.28-32
28- Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos e, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha.
29- Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas, depois, arrependendo-se, foi.
30 - E, dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo; e, respondendo ele, disse: Eu vou, senhor; e não foi.
31- Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: 0 primeiro. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no Reino de Deus.
32- Porque João veio a vós no caminho de justiça, e não o crestes, mas os publicanos e as meretrizes o creram; vós, porém, vendo isso, nem depois vos arrependestes para o crer.
LURA BÍBLICA EM CLASS
HINOS SUGERIDOS: 198, 196, 465 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL
Destacar a importância da obediência e alertar para os perigos da indiferença espiritual.

• INTERAGINDO COM O PROFESSOR
A inconsistência entre o que se diz e o que se faz é um problema tão sério que afeta até mesmo a educação familiar. Nossos filhos observam muito mais o que fazemos do que aquilo que dizemos. Não raro, pais são surpreendidos com observações feitas pelos filhos acerca de práticas que eles sequer imaginavam que estavam sendo observadas. A parábola que será estudada hoje mostra o valor da prática da obediência e deixa claro que a resposta, mesmo elegante e educada, se não corresponder às ações, de nada serve. O que fica bastante claro nesta narrativa é o fato de que mais importante que a pronta resposta de aceitação do pedido do pai, é a obediência demonstrada nas ações, algo que aconteceu com a atitude do primeiro filho que, mesmo tendo respondido deforma negativa, foi quem de fato obedeceu. Qual tem sido a nossa postura diante das ordens do Senhor? Eis uma boa oportunidade para refletir.

PONTO CENTRAL: A obediência, conforme ensina a Bíblia, é a melhor forma de adorarmos a Deus.

INTRODUÇÃO
Na lição de hoje estudaremos uma parábola conhecida como a "parábola dos dois filhos" (Mt 21.28-32). Uma das curiosidades desta parábola é que ela ocorre apenas em Mateus. Ela ensina grandes lições e retrata o perigo da indiferença espiritual e a necessidade de obedecer a vontade de Deus a fim de que possamos ser participantes do Reino. Conforme aprenderemos, quando se fala de obediência ao Senhor, não bastam apenas palavras, pois o que realmente conta é se realmente praticamos aquilo que professamos.

I - INTERPRETANDO A PARÁBOLA DOS DOIS FILHOS
I- Interpretar a parábola dos dois filhos;
1. O contexto da parábola.
A parábola traz à cena um proprietário em busca de trabalhadores para a sua vinha que, desta vez, na narrativa, são seus próprios filhos (v.28). Essa pequena porção bíblica que cabe em poucos versículos, se não for devidamente estudada, pode passar despercebida das pessoas "escondendo" o quanto há de trabalho a ser realizado, sua duração ou sua retribuição, concentrando-se na reação contrastante dos dois filhos ao pedido do pai. O primeiro filho diz que não vai obedecer, mas, ao final, arrepende-se e o faz, ao passo que o segundo diz que vai obedecer e não o faz (vv.29,30). O filho que diz que será obediente à vontade do pai, nessa parábola, representa Israel, que não fez a vontade de Deus (Rm
10.21). Enquanto isso, o filho que diz que não vai obedecer, representa os publicanos e os pecadores, que, por se arrependerem de seus pecados, têm o direito de entrar no Reino de Deus antes dos judeus (v.31).

2. O assentimento puramente verbal.
Em algumas versões do texto grego, a ordem do pedido do pai aos filhos aparece diferente, iniciando de forma invertida, isto é, primeiramente o que disse que aceitaria, mas não foi e, posteriormente, o que não aceitou, mas arrependeu-se e foi. Assim, no versículo 30, a resposta - "Eu vou, senhor" -, que não passa de um assentimento puramente verbal, e está aqui em contraste com a recusa indelicada do primeiro filho. Porém, como já sabemos, apesar desta concordância imediata do segundo filho em ir, na prática, transforma-se em nada, pois ele não obedece, de fato, à ordem do pai.

3. A negação verbal.
Apesar de o primeiro filho oferecer ao pai uma resposta negativa - "Não quero" -, e de ter se recusado a obedecer à ordem num primeiro momento, o texto esclarece com uma adversativa, "mas" seguida do verbo grego metamelomai (que ocorre apenas cinco vezes em o Novo Testamento), cujo significado refere-se a "arrepender-se", "estar arrependido mais tarde", demonstrando que essa negação verbal não representa a verdade, pois o filho, arrependido, foi trabalhar.

4. Uma adesão operativa.
Vimos que a mesma ordem do pai obteve respostas diferentes. De fato, os dois filhos representam, de forma emblemática, dois tipos de atitudes. O primeiro deles representa a adesão operativa precedida por uma negação que é apenas verbal. De forma inversa, o segundo tipo de resposta trata-se de um assentimento puramente verbal que não passa à ação. Por isso, logo após contar essa parábola, Jesus pergunta aos líderes judeus qual dos dois filhos atendeu à vontade do pai (v.31a). Eles respondem de forma correta, e o Mestre então lhes diz que os publicanos e as meretrizes entrariam adiante deles no Reino de Deus (v.31). O Senhor disse isso porque, da mesma forma que no caso dos filhos, ao longo do ministério de Jesus, muitos publicanos, meretrizes e pecadores de toda espécie tomaram a atitude da adesão operativa. Passaram boa parte de suas vidas negando verbalmente a fazer a vontade de Deus, mas quando tiveram a oportunidade de arrepender-se, acabaram obedecendo, de fato, ao Senhor. Mais que um assentimento verbal, mais que votos ou promessas, as Escrituras Sagradas nos exortam a aderirmos, na prática, a vontade do Pai e a sermos obedientes a Ele. Só assim seremos participantes do Reino de Deus.

SÍNTESE DO TÓPICO I
A parábola dos dois filhos mostra claramente que só pode participar do Reino de Deus os que atendem ao chamado do Senhor e o obedece.

SUBSÍDIO EXEGÉTICO
"Jesus continua contra-atacando os inimigos com três parábolas que tratam da rejeição dos líderes de Israel. Mateus introduz estas parábolas com a expressão: 'Mas que vos parece?' (cf. Mt 17.25; 18.12). De acordo com os profetas, a vinha nas duas primeiras parábolas representa Israel (51 80.8-19; Jr 2.21; Ez 19-10). Na Parábola dos Dois Filhos, o primeiro filho representa os pecadores arrependidos que agora servem ao Pai, ao passo que o segundo filho retrata os líderes que honram a Deus com os lábios mas cujo coração está longe (Is 29.13). Anteriormente Jesus já tinha se associado com os publicanos e pecadores, e os inimigos lançaram-lhe isso em rosto (Mt 9.9-13). Agora Ele menciona os pecadores para reprovar os principais sacerdotes e anciãos. A chamada de João Batista ao arrependimento teve profundo impacto nos pecadores arrependidos que viviam na periferia da respeitabilidade (veja esp. Lc 3.10-14; 7.29,30).

"O uso do título respeitoso 'senhor' (kyrie, Mt 21.30) é típico de Mateus e provavelmente tem significado duplo para ele e sua audiência. Nos lábios do filho hipócrita, faz o leitor lembrar das palavras ditas anteriormente por Jesus: 'Nem todo o que me diz: Senhor. Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus' (Mt 7.21).

"Previamente em seu ministério, Jesus explicava as parábolas aos discípulos em particular (Mt 13.13-16,36), mas agora, Ele ousada e diretamente explica a parábola aos líderes judeus, provavelmente com o propósito de forçar todos os que ouvem a escolher ou rejeitar: 'Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram «idiante de vós no Reino de Deus' (Mt 2.1.31). Jesus deixa aberta a possibilidade de que a elite 'respeitável' venha <) seguir os publicanos e pecadores no Reino de Deus, mas considerando o caráter apocalíptico da parábola, soa (riamente como palavras de julgamento final" (SHELTON, James B. In ARRINGTON, I rench L.; STRONDAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.120).

II - QUANDO AS PALAVRAS NÃO SE COADUNAM COM A PRÁTICA
II- Alertar para os perigos de a prática não ser condizente com o discurso;
1. Palavras estéreis.
A obediência ao Senhor não consiste em proferir palavras estéreis e religiosas, mas em praticar a verdade revelada na Palavra de Deus de forma concreta e precisa (Mt 7.21). Os representantes da antiga e longa tradição judaica estavam ali diante do Mestre para demonstrar de maneira bem clara o que a parábola retratava, pois não tiveram dificuldade alguma para responder a indagação de Jesus: "Qual dos dois fez a vontade do pai?" (v.31a). 0 Senhor coloca-os frente a frente com a verdade de modo que, ao responderem corretamente, eles pronunciaram um juízo de condenação contra si próprios, pois o tipo de resposta que eles dão a Deus os identificam com o filho que contradisse com um não de fato e um sim apenas dos lábios. Eles estão no grupo dos religiosos que nada fazem além de pronunciar palavras bonitas, porém, descompromissadas.

2. O arrependimento conduz à prática.
Muitas pessoas dizem-se arrependidas, por isso, precisamos compreender o verdadeiro sentido da expressão "arrepender-se". Em 2 Coríntios 7.9 o apóstolo Paulo diferencia categoricamente a mera tristeza, estar "contristado", do arrependimento ativo, isto é, estar "contristado segundo Deus". O caso de Judas, por exemplo, pelo visto não passara de mero remorso (Mt 27.3-5). Na parábola contada por Jesus, o primeiro filho se arrependeu tanto por ter se recusado obstinadamente a obedecer ao seu pai que, imediatamente, foi e obedeceu. A tristeza segundo Deus opera o arrependimento, e o arrependimento produz mudança de atitude, ou seja, conduz à prática.

3. Palavras e ações devem se coadunar.
Os discípulos de Cristo são chamados a manifestarem um estilo de vida, na qual as palavras e as ações se coadunam, isto é, não se contradizem, pois expressam uma coisa só. No Sermão do Monte, Jesus ensina aos seus discípulos que o falar destes deve ser: "Sim, sim; não, não" (Mt 5.37b). Infelizmente, a prática de falar e não agir em conformidade é um triste reflexo do decaído e mau caráter humano. Jesus, porém, exige honestidade o tempo todo. Como discípulos dEle e cidadãos do Reino, Ele requer uma equivalência entre aquilo que dizemos e aquilo que vivemos (Sl 15.1-5). Não pode haver um padrão duplo na vida dos discípulos do Mestre, ou seja, dizer uma coisa e fazer outra e vice-versa (Tg 1.25; 2.12).

SÍNTESE DO TÓPICO II
Quando as palavras não condizem com a prática, um problema se instaura, pois a hipocrisia passa a imperar.

III - UM CHAMADO A FAZER A VONTADE DE DEUS
III- Incentivar a prática da obediência.
1. A impossibilidade da obediência à Lei.
As pessoas a quem Jesus dirige essa parábola estavam de fato muito interessadas em obedecer à Lei, já que apenas ouvi-la de nada adiantava (Rm 2.13). Contudo, elas não estavam igual mente preparadas nem para receber Aquele a quem o próprio Deus enviara e muito menos para aceitar que a Lei já havia cumprido o seu papel e um novo concerto estava sendo instituído (Jo 1.11; Mt 26.28; Gl 3.23-25; Hb 8.13). Talvez as pessoas desconhecessem que não se pode praticar apenas uma parte da vontade de Deus (Tg 2.10). Assim, a obediência a uma parte da Lei, acrescida da rejeição a Cristo, terminavam descambando para o legalismo e, na parábola que estamos estudando, tais atitudes equivalem a um "sim" meramente verbal, contrariando os fatos e, por conseguinte, a vontade de Deus (Jo 5.39-47).

2. A fé desobediente.
Certamente que entre os que ouviam a parábola, encontravam-se também muitos publicanos, meretrizes e pecadores que, ao contrário dos outros, alinhavam-se aos religiosos que não se arrependeram de seus pecados de forma legítima e autêntica. Eles estavam dispostos a receber algo de Jesus, mas não estavam interessados em obedecer a vontade de Deus. Se os religiosos são legalistas, estes segundos são os participantes do que poderiamos chamar de "graça barata". Porém, como vimos anteriormente, o verdadeiro arrependimento conduz à mudança de atitude. Ouem possui uma fé genuína, sem dúvida, desejará cumprir a vontade de Deus, ou seja, "escutará" suas palavras (Jo 8.47).

3. O discípulo faz a vontade de Deus.
Em João 15.14, Jesus é enfático ao ensinar que nós seremos seus amigos se fizermos o que Ele manda. Fazer a vontade de Deus era o eixo sobre o qual, supostamente, girava toda a religião de Israel. A Lei, ensinada pelos líderes religiosos da nação, era a expressão clara e escrita dessa vontade. Contudo, agora chegamos a uma revelação plena e perfeita da vontade de Deus através de Jesus Cristo (Hb 1.1-4). Ele anuncia a vinda do Reino e chama à conversão (Mt 4.17). Por isso, a vontade de Deus passa, afinal, através da Pessoa de Cristo Jesus. O Pai quer que os homens recebam aquEle que Ele enviou, pois quem recebê-lo receberá o próprio Pai (Mt 10.40; Rm 10.9). Não é possível obedecer à Lei sem receber a Cristo, pois Ele é o cumprimento da Lei (Rm 10.4). Também não se trata de desejar a Cristo, mas não querer obedecer a seus ensinos, pois os que realmente desejam a Ele e querem ser seus amigos, obedecem ao que Ele manda (Jo 15.14).

SÍNTESE DO TÓPICO III
A nossa amizade com Jesus depende de fazermos a sua vontade.

SUBSÍDIO PEDAGÓGICO
"A qualidade da Educação Cristã, quando ela é encarada como uma ação intencional, torna o desígnio bíblico do 'assim falai e assim procedei' (Tg 2.12), uma preocupação legítima. Devemos perseguir esse modelo, pois do nosso Senhor Jesus Cristo 'aprendemos que o bom ensino implica em ajudar o aluno a assumir responsabilidades pelo que pensa e vive'. Assim, a práxis bíblica não só torna-se uma realidade no âmbito escolar dominical, como elimina aquilo que o mesmo David coloca; 'Numa onda em direção à credibilidade cognitiva, nosso ensino da Bíblia tem-se centralizado no 'saber' e não no 'ser', e ao fazê-lo, optou por programas que informam a mente sem formar o caráter'.

Essa denúncia dá conta de explicar o porquê de nossos alunos estarem tão desmotivados nas classes dominicais. O educador cristão que trabalha somente no plano cognitivo, ou seja, enchendo a mente dos educandos, sem importar-se com mudanças comportamentais, operacionais e ativas na vida deles, demonstra algo sintomático em sua própria vida, ou seja, inconsistência entre o que os seus lábios dizem e o que a sua vida demonstra. Com essa ação, diz Roy Zuck, o educador 'desliga' os educandos e vira-os em direção contrária àquela da prática- -teoria-prática cristã" (CARVALHO, César Moisés. Uma Pedagogia para a Educação Cristã. 4.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.332).

CONCLUSÃO
Por intermédio da parábola que estudamos hoje precisamos compreender o perigo da indiferença espiritual. Alguns pensam que podem confessar que amam a Deus com seus lábios e, ao mesmo tempo, viverem com o coração distante dEle. Pensam poder encontrar a Deus prescindindo de Cristo. Outros há que supostamente vivem na austeridade da Lei, mas não querem receber a Jesus. A obediência deve estar ligada à vontade de Deus. Para sair da indiferença espiritual, o ser humano precisa receber aquEle que Deus enviou ao mundo. A Pessoa de Cristo separa de forma bastante clara a humanidade perdida, composta até mesmo por religiosos que dizem fazer a vontade de Deus, mas não a fazem, daqueles que serão admitidos no Reino. 0 caminho é arrepender-se demonstrando isso com a consequente mudança de atitude, em direção à obediência a Deus.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018


Lições Bíblicas do 4° trimestre de 2018 - CPAD | Classe: Adultos | Data da Aula: 25 de Novembro de 2018

TEXTO ÁUREO
"E que amá-lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças e amar o próximo como a si mesmo é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios." (Mc 12.33)
VERDADE PRÁTICA
Amar ao próximo inclui amar até mesmo aqueles que nos aborrecem, pois encontramos em Deus o maior exemplo de que tal amor é possível.

LEITURA DIÁRIA
Seg. Lv 19.18: Amar ao próximo - Um mandamento antigo
Ter. Mt 5.43,44: Orar pelos inimigos e também por aqueles que nos perseguem
Qua. Rm 13.8: Quem ama ao próximo cumpriu a Lei
Qui. 1Jo 3.16: O grande desafio de evidenciar que realmente amamos
Sex. 1Jo 3.11: A grande mensagem de Jesus desde o começo
Sab. Tg 2.8: A evidência de que se está agindo corretamente
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Lucas 10.25-37
25- E eis que se levantou um certo doutor da lei, tentando-o e dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
26- E ele lhe disse: Que está escrito na Lei? Como lês?
27- E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento e ao teu próximo como a ti mesmo.
28- E disse-lhe: Respondeste bem; faze isso e viverás.
29- Ele, porém, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo?
30- E, respondendo Jesus, disse: Descia um homem de Jerusalém para Jerico, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram e, espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto.
31- E, ocasionalmente, descia pelo
mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o, passou de largo.
32- E, de igual modo, também um le- vita, chegando àquele lugar e vendo-o, passou de largo.
33- Mas um samaritano que ia de viagem chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão.
34- E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, aplicando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele;
35- E, partindo ao outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele, e tudo o que de mais gastares eu to pagarei, quando voltar.
36- Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?
37- E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai e faze da mesma maneira.



L
HINOS SUGERIDOS: 4, 8, 151 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL
Traduzir os ensinamentos apreendidos nesta aula em prática na realidade.

• INTERAGINDO COM O PROFESSOR
A lição de hoje trata-se de um desafio ao individualismo prevalente no mundo. Ao contar a parábola do bom samaritano Jesus ensina que ajudar o próximo está acima de diferenças étnicas e religiosas. O doutor da Lei que interpela o Mestre querendo saber o que deveria ser feito para se herdar a vida eterna, acaba descobrindo que suas boas ações dirigidas apenas ao seu restrito círculo de convivência, fosse este de parentes ou de amigos, não eram vistas como ajudas autênticas, mas apenas atitudes de trocas. Se você só ajuda quem é parente ou amigo, sendo estes pessoas que podem retribuí-lo, na verdade o faz apenas por saber que um dia poderá ser recompensado. O Mestre, contudo, ensina que o próximo é toda e qualquer pessoa que esteja necessitando de nossa ajuda.

PONTO CENTRAL: Ajudar o próximo é uma das grandes prioridades do cristão.

INTRODUÇÃO
Em diversos momentos, Cristo aplicou-se a fazer com que as pessoas compreendessem que seu Reino não era deste mundo (Jo 18.36), ou seja, que as lógicas, o modo de pensar e de agir deste mundo não se coadunam com o Reino celestial. A conhecida parábola do "bom samaritano", sem sombra de dúvidas, é um destes momentos preciosos, no qual o Mestre serviu-se deste método didático para trazer aos seus discípulos, e a todos quanto o ouviam e, por extensão, a nós, um novo conceito sobre "quem" é o nosso próximo e como devemos proceder em relação a ele.

I - INTERPRETAÇÃO DA PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO
I- Interpretar a parábola do bom samaritano;

1. Uma parábola com diversas interpretações.
A parábola do bom samaritano, ao longo da história, tem sido alvo das mais diversas interpretações. Muitas e conhecidas são as exposições sobre esta parábola, inclusive algumas famosas e realizadas por grandes vultos da história cristã, que procuravam ver, por exemplo, nesta narrativa uma representação da caminhada humana ao sair do Éden (Jerusalém), e tomar o caminho do mundo (Jerico). Muitas destas interpretações servem-se do método alegórico para atribuir ao texto alguns objetivos que ele não tem.

2. Pondo Jesus à prova ou "tentando-o".
O Mestre conta essa parábola porque um doutor da Lei, bem-sucedido, procura-o para "pô-lo à prova" (ARA) ou "tentá-lo" (ARC), conforme consta no versículo 25.0 termo grego utilizado oferece a ideia de colocar à prova o "caráter" de Cristo. Isso mostra que aquele homem, de maneira ardilosa, busca colocar o Mestre dos mestres em situação difícil e, quem sabe imaginando receber algum elogio, o interroga dizendo: "Mestre, que farei para herdar a vida eterna?" (v.25).

3. "Como lês?"
Jesus, como é de costume, "responde" com outra pergunta (v.26). Ao perguntar sobre o conteúdo do mandamento, Jesus não questiona aquele doutor para ver se ele o conhecia, isto é, sua pergunta demonstra interesse na forma particular de interpretação do mandamento por parte daquele homem. Jesus quer saber como o doutor lê, como o interpreta e de que forma olha para o mandamento. O homem não compreendendo limita-se a responder recitando o mandamento tal como está escrito (v.27). Percebendo Jesus que o homem conhecia muito bem o texto a ponto de recitá-lo, o Mestre então o chama à prática (v.28). Para Jesus não bastava que aquele doutor soubesse o conteúdo do mandamento, antes, ao Mestre importava que o homem soubesse interpretar corretamente e, muito mais importante, colocar o mandamento em ação em sua vida. Por isso, o Senhor Jesus diz: "faze isso e viverás" (v.28).

4. Questão principal.
Não satisfeito, o doutor da Lei quer saber de Jesus "quem" seria o seu próximo (v.29). Pode ser que ele até tenha imaginado que Jesus revelaria o nome de um ente querido ou um amigo muito amado. Quem sabe imaginou que Jesus diria que o próximo é apenas quem nos faz bem. É neste contexto então que a Parábola é contada pelo Senhor. Jesus, ao contar a parábola, deixa claro que as tradições e a religiosidade não podem ensinar-nos acerca de quem é o nosso próximo. O homem que desceu de Jerusalém para Jerico estava caído e ferido (v.30), porém, o sacerdote não o viu como seu próximo e o levita também não (vv.31,32), mas o samaritano, surpreendentemente, assim o enxergou (v.33). Surpreendentemente porque jamais um judeu praticante da Lei, como aquele doutor, enxergaria nos "impuros" e "mestiços" samaritanos, alguém próximo seu. Jesus, no entanto, assim o vê e quer que aquele doutor da Lei veja também.


SÍNTESE DO TÓPICO I
A parábola do bom samaritano é uma mensagem claríssima a respeito de nossa responsabilidade em relação ao próximo.

SUBSÍDIO EXEGÉTICO
"Jesus poderia ter enfatizado ao doutor da lei que a vida eterna é um dom de Deus, mas ele não tenta corrigir o pensamento do doutor da lei. Ele sonda a compreensão que este perito tinha da lei, perguntando: 'Que está escrito na lei? Como lês?’ Sabendo que o homem era perito na lei de Moisés, Jesus pergunta como ele entende as Escrituras. O doutor da lei responde unindo os mandamentos de amar Deus de todo o nosso ser (Dt 6.5) e amar o próximo como a nós mesmos (Lv 19.18). Jesus concorda com a análise, mas o doutor da lei avança e se concentra na questão do 'próximo' (plesion). Os judeus limitavam o significado do termo próximo aos integrantes da própria nação, exceto os samaritanos e estrangeiros [...]). Jesus redefine a palavra, ampliando seu significado. O amor do próximo cresce por amor a Deus e deve ser igual ao nosso amor por nós mesmos" (ARRINGTON, F. L. in ARRINGTON, French L.; STRON- DAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp.387-88).


II - COMPAIXÃO E CARIDADE SÃO INTRÍNSECAS À FÉ SALVADORA
II- Reafirmar que a compaixão e a caridade são intrínsecas à fé salvadora;

1. Compaixão.
A parábola, como um todo, é marcante, mas um momento indispensável em qualquer reflexão sobre ela está no versículo 33, quando o Mestre diz que o samaritano "chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão". A "compaixão" aqui se refere a um sentimento intenso que causa tanto incômodo a ponto de alterar não apenas a consciência, ou o pensamento, mas também o aspecto físico, pois o texto diz que o samaritano "moveu-se".

2. Cuidado.
O versículo 34 diz que o samaritano "aproximando-se, atou-lhe as feridas, aplicando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou- -o para uma estalagem e cuidou dele". Essa ação toca no aspecto da prática do amor, isto é, o cuidado, contida no mandamento, pois este ordena: "Amarás ao Senhor, teu Deus [...] e ao teu próximo como a ti mesmo" (v.27 cf. Lv 19.18). 0 amor de que trata o mandamento, não é retórico e muito menos platônico, isto é, existindo apenas no mundo das ideias. Deus nos mostra e exemplifica o amor verdadeiro no texto de João 3.16 quando diz que "amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna". A expressão grega para dizer que Deus amou, neste texto, foi agapao, que se refere ao amor prático, um amor que se comove, um amor que se enche de íntima compaixão. Ensina-nos que não basta dizermos que amamos, e nem mesmo apenas amarmos, há que se avançar para o segundo estágio que é a prática do cuidado (1Jo 3.16-18). Não há demonstração de cuidado sem prática, assim como não há amor sem compaixão.

3. Caridade.
O samaritano da parábola não apenas aproxima-se do homem que está ferido à beira do caminho e nem somente se compadece dele, mas decide curá-lo, dar-lhe atendimento de emergência e conduzi-lo a uma estalagem (v.34). Já na estalagem, o samaritano recomenda ao hospedeiro que cuide do homem, pois ele prosseguiria sua viagem e, quando voltasse, pagaria qualquer despesa que tivesse sido gerada (v.35). Tais atitudes são uma clara demonstração de amor, ou seja, o amor do samaritano ao próximo foi expresso em atitudes e ações, ao ponto de se comprometer até mesmo com os gastos que seriam gerados com a hospedagem do homem ferido. Para Cristo, só existe realmente caridade se houver demonstração de amor, pois no texto de João 3.16 não diz apenas que Deus "amou", mas também que Ele "deu" o seu Filho. A evidência de que Deus ama é demonstrada pela sua compaixão pelo mundo perdido. Deus se compadece e mostra isso na prática (Rm 9.16).

SÍNTESE DO TÓPICO II
Compaixão, cuidado e amor, para os discípulos de Cristo, não podem ser apenas palavras bonitas, mas atitudes concretas.

III - O NOSSO PRÓXIMO É QUALQUER PESSOA NECESSITADA
III- Conscientizar de que o nosso próximo é qualquer pessoa necessitada.

1.O "próximo".
Na Parábola, quem se fez "próximo" do homem ferido foi uma pessoa que o doutor da Lei teria como completamente indigna de receber sua atenção e cuidados, visto que judeus e samaritanos nutriam recíproco sentimento de desprezo e quase ódio. Não havia para aquele doutor exemplo mais doloroso para Cristo utilizar-se. Isso fica demonstrado quando, ao final da narrativa, Jesus pergunta ao doutor da Lei qual dos três havia sido o "próximo" do homem que foi espancado pelos salteadores (v.36) e este se limita a responder: "O que usou de misericórdia para com ele" (v.37). Ou seja, ele sequer diz que foi o "samaritano". Mesmo assim, a palavra de Jesus, visando responder a pergunta inicial (v.25), foi que o doutor da Lei fizesse o mesmo. Da mesma forma devemos colocar em prática o amor que afirmamos ter a Deus sobre todas as coisas, e ao nosso próximo, pois só assim fazendo estaremos aptos à vida eterna. Infelizmente, nos tempos de Jesus a hipocrisia humana, que faz com que homens conhecedores não sejam praticantes do próprio conhecimento, já estava bem presente na sociedade judaica. Por isso, Jesus teve diversos embates com os doutores da Lei (Mt 23.1-36).

2. Ajudar ao próximo não salva, mas é algo que deve ser feito por quem é salvo.
Nesta parábola, Jesus não quer afirmar que o samaritano pudesse alcançar a salvação por causa de sua beneficência e de sua atitude amorosa. Jesus apenas está respondendo à pergunta formulada pelo professor da Lei. É importante salientarmos que fazer obras de caridade não leva ninguém à salvação (Ef 2.8,9). Contudo, os verdadeiros filhos de Deus são "feitos" para as boas obras, isto é, as realizam naturalmente (Ef 2.10; Tg 2.14,17). Assim, Cristo mostra ao mestre da Lei que uma pessoa sincera soluciona facilmente essa questão que, aos olhos daquele homem, parecia tão complexa.

3. A medida do amor para com o necessitado.
A medida do amor para com o próximo não deve ser estabelecida com base nas diferenças de nacionalidade, de confissão religiosa ou do grupo social, mas unicamente com base na necessidade do outro. 0 próximo que se encontra em uma situação de emergência e precisa que algo seja realizado por ele naquele momento, não pode esperar qualquer análise ou palavra "motivacional" (Tg 2.14-16). Por isso, estamos falando em ações concretas, ajudas materiais, assim como na parábola contada por Jesus.

4. Sendo o próximo.
O doutor da Lei havia perguntado quem era o próximo dele (v.29). Na resposta de Jesus, a pergunta é inversa, ou seja, de quem eu posso, ou devo, ser o próximo? (v.36). A questão colocada pelo doutor da Lei não continha nenhum interesse ou compromisso em ajudar de verdade. Já a indagação de Jesus forçava-o a pensar acerca dessa obrigação. De acordo com o ensinamento de Jesus, o que fica claro é que o "próximo" trata-se de qualquer pessoa que se aproxima de outras com amor verdadeiro e generoso sem Levar em conta as diferenças religiosas, culturais e sociais. Jesus retoma a pergunta inicial e conclui dando uma resposta inesperada, pois o caminho proposto por Ele é pautado no amor, com demonstrações práticas, para com todos os homens (Lc 10.37). O coração cheio de amor fala e age de acordo com a consideração do Mestre, perguntando sempre de quem eu posso ser o próximo, ou seja, a quem devo socorrer.

SÍNTESE DO TÓPICO III
A dúvida a respeito de quem é o próximo pode ser facilmente respondida, pois trata-se de qualquer pessoa que esteja precisando de nossa ajuda.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
Conforme estamos aprendendo, auxiliar as pessoas necessitadas é também parte da missão da Igreja de Jesus Cristo. Proponha aos alunos a visita a uma instituição de assistência social (orfanato, asilo, abrigo, etc.) e instrua-os acerca do compromisso que temos, não apenas coletivo, mas também individual, de agir de forma solidária para com o nosso próximo. Tal visita pode ser feita em áreas carentes da cidade ou mesmo no centro das grandes cidades onde se abrigam, embaixo das marquises, uma grande quantidade de moradores de rua, inclusive, idosos e crianças. Há muito por fazer e seria interessante que não ficássemos apenas com a reflexão em sala de aula, mas saíssemos das "quatro paredes" da Escola Dominical transformando em prática àquilo que estamos aprendendo bíblica e teologicamente em sala.

CONCLUSÃO
A parábola estudada na lição de hoje foi uma "história-exemplo", pois se trata de um mandamento de amar e exercitar a misericórdia para com o próximo. Aqui aprendemos que o amor não aceita limites na definição de quem é o próximo. Enquanto todas as sociedades e seus segmentos sociais acabam levantando barreiras para separá-las das demais pessoas, os discípulos de Cristo devem olhar para os seres humanos com igualdade, pois o próprio Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34).