Lições Bíblicas do 3° trimestre de
2019 - CPAD | Classe: Adultos | Data da Aula: 4 de Agosto de 2019.
TEXTO ÁUREO
“Escrevo-te estas coisas [...] para que
saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna
e firmeza da verdade." (1 Tm 3.14,15)
VERDADE PRÁTICA
O cristão deve valorizar a igreja local
como ambiente de adoração, comunhão e serviço ao Reino de Deus.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt 16.18: Jesus edifica a sua
Igreja
Terça - At 12.5: Uma igreja de oração
Quarta - Rm 16.5: A igreja em casa
Quinta -1 Co 4.17 Igreja, lugar de
ensino
Sexta -1 Co 14.12: Igreja, lugar de
edificação
Sábado - Ef 1.22: Jesus, o Cabeça da
Igreja
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Atos 9.31; 1
Coríntios 1.1,2; Hebreus 10.24,25
Atos 9
31 - Assim, pois, as igrejas em toda a
Judéia, e Galileia, e Samaria tinham paz e eram edificadas; e se multiplicavam,
andando no temor do Senhor e na consolação do Espírito Santo.
1 Coríntios
1
1 -
Paulo (chamado apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus) e o irmão
Sóstenes,
2 -
à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus,
chamados santos, com todos os que em
todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso.
Hebreus 10
24 -
E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas
obras,
25 -
não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns; antes,
admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que se vai
aproximando aquele Dia.
HINOS SUGERIDOS: 53,376, 530 da Harpa
Cristã
OBJETIVO GERAL
Expor que a igreja local é um ambiente
de adoração, comunhão e serviço.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I. Apresentara mordomia dos
bens espirituais;
II. Refletir sobre a
mordomia da ação social da Igreja;
III. Conscientizar acerca da
mordomia dos crentes na igreja Local.
• INTERAGINDO COM O
PROFESSOR
Já se perguntou a respeito de quem a
igreja local é constituída? Uma pergunta sempre é especial para o início de uma
reflexão. 4 nossa, nesta lição, é sobre a igreja local. Essa igreja, amada por
muitos, mas "odiada" por outros. Há quem pense que se pode amar
Cristo, mas não a sua Igreja. Uma das coisas mais significativas no Novo
Testamento, a partir do ministério dos apóstolos, era o amor deles pela Igreja.
Esse amor só foi possível por causa do exemplo maior de Jesus Cristo, o
fundador da Igreja. Nesta lição, queremos que você seja encorajado a amar a
Igreja, a servi-la e a defendê-la.
PONTO CENTRAL
A igreja local é um ambiente de
adoração, comunhão e serviço.
INTRODUÇÃO
A igreja local é formada por pessoas
que se reúnem para adorar, congregar e servir a Deus. Nesta lição, refletiremos
sobre as nossas responsabilidades quanto ao lugar no qual desenvolvemos nossa
comunhão com o Pai Celeste e com os irmãos em Cristo. Que o Espírito Santo nos
guie neste estudo!
I - A MORDOMIA DOS
BENS ESPIRITUAIS
1. A mordomia e a valorização da
Palavra de Deus.
Ao longo dos séculos, Deus confiou a
proclamação de sua Palavra aos seus seguidores. Há mais de 1490 anos antes de
Cristo, Deus falou com e por meio de Moisés (Êx 3.1-22; 17.14). Tempos depois,
falou por intermédio de outros profetas a partir de Samuel até Malaquias. E,
nos últimos dias, revelou-se através de seu Filho, Jesus Cristo (Hb 1.1).
Hoje, pastores, evangelistas,
discipuladores e professores da Escola Dominical são os mordomos que cuidam da
evangelização e do discipulado nas igrejas locais. Por isso, todos devem zelar
pela Palavra de Deus, lendo-a, estudando-a em profundidade e realçando o seu
inestimável e infinito valor.
Espera-se que, na liturgia do culto
cristão, a Palavra de Deus tenha a primazia (Sl 119.11). Num culto, a pregação
e o ensino da Bíblia Sagrada deve ter toda a prioridade. Se a mordomia da
Palavra for negligenciada, os prejuízos espirituais da congregação serão
grandes e, às vezes, irremediáveis.
2. A mordomia na evangelização e no
discipulado.
Uma das melhores formas de se exercer a
mordomia da Palavra de Deus é evangelizar todos os tipos de pessoas (Mc
16.15,16). De acordo com essa demanda, a Palavra de Deus deve ser proclamada
"a tempo e fora de tempo" (2 Tm 4.2). Somente ela pode transformar o
interior das pessoas.
Todavia, paralelo à evangelização, deve
ocorrer o discipulado eficaz (Mt 28.19), que é a mordomia da Palavra exercida
de maneira pessoal no curto, médio e longo prazos. Sem discipulado não há
aprofundamento da fé, perseverança, fidelidade e maturidade cristã. Isso é o
que as estatísticas missionárias revelam. Onde há real discipulado, a maior
parte das pessoas permanece em Cristo. Mas, quando o discipulado é ignorado,
esse dado cai vertiginosamente.
3. A mordomia no uso dos dons espirituais.
Os dons espirituais são concedidos por
Deus para dar poder e unção à Igreja. Eles confirmam a pregação da Palavra, a
fim de glorificar a Cristo. A Bíblia mostra que os dons espirituais foram
confiados unicamente à Igreja, ou seja, aos salvos: "Cada um administre
aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de
Deus" (1 Pe 4.10 - grifo meu).
Na Bíblia há orientação para o uso
correto dos dons espirituais (1 Co 14.40). Por esse motivo, certas práticas
estranhas ao Movimento Pentecostal não devem ser estimuladas nem toleradas no
culto público, tais como marchar, pular, rodopiar ao som de batidas, correr de
um Lado para outro, sapatear, fazer "aviõezinhos" etc. Segundo a
Bíblia, isso é meninice, imaturidade e, muitas vezes, revela apenas carnalidade
e infantilidade (1 Co 3.1).
SÍNTESE DO TÓPICO I
A mordomia dos bens espirituais envolve
a valorização da Palavra de Deus, a evangelização, o discipulado e o uso dos
dons espirituais.
SUBSÍDIO
DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Quantos minutos você gasta por dia
para Ler a Bíblia e orar? Quantas vezes na semana você evangeliza uma pessoa?
Você acompanha algum novo convertido na sua igreja local? Você se preocupa com
o exercício dos dons espirituais na sua igreja? Você tem algum dom espiritual?
Essas são algumas perguntas que
sugerimos para o início da exposição deste primeiro tópico. A ideia é que a
classe pense com seriedade acerca dessa disciplina indispensável ao crente. O
que permeia essas perguntas é encontrado na vida de muitos cristãos santos que
gastaram suas vidas para ler a Bíblia, orar, evangelizar, discipular, exercer
os dons espirituais: mordomia espiritual. Assim, estimule seus alunos a seguir
os exemplos desses servos abnegados.
CONSULTE
II - A MORDOMIA DA
AÇÃO SOCIAL DA IGREJA
1. A assistência social no Antigo
Testamento.
No Antigo Testamento, encontramos o
fundamento para a obra de assistência social:
1.1. Nos salmos.
Davi, homem de Deus, analisando a
situação do próximo, afirmou: "Fui moço, e agora sou velho, mas nunca vi
desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão" (Sl 37.25).
Certamente, já com idade avançada, o salmista podia concluir que o "Jeová
Jiré" não desampara jamais aqueles que o servem (Sl 82.3,4).
1.2. Nos provérbios.
O sábio escreveu: "Informa-se o
justo da causa do pobre, mas o ímpio não compreende isso" (Pv 29.7). O
texto mostra que não podemos nos omitir quanto à necessidade de nossos irmãos.
1.3. Nos profetas.
Isaías, o profeta messiânico, clamou
pelos necessitados (Is 1.17). Jeremias, o "profeta das lágrimas",
falou em defesa dos oprimidos (Jr 22.3). O profeta Ezequiel não deixou de
contribuir, protestando contra Jerusalém, pela sua omissão em atender aos pobres
(Ez 16.49). Zacarias foi usado por Deus de igual modo para exortar sobre o
cuidado com os necessitados, incluindo órfãos, viúvas e estrangeiros (Zc
7.9,10).
2. Assistência social no Novo
Testamento.
Aqui também encontramos fundamentos
para a obra de assistência social:
2.1. Nos Evangelhos.
Jesus, em seu ministério, multiplicou
pães e peixes duas vezes para alimentar as multidões (Mt 14.13-21; Mt
15.29-39). Isso indica que Jesus deu muita importância à necessidade de
socorrer os famintos. Assim, na igreja local, os cristãos têm o privilégio de
prover o alimento necessário para aqueles que necessitam do pão cotidiano.
2.2. Nos Atos dos Apóstolos.
Os diáconos foram escolhidos para
cuidar da assistência social da igreja. Tal trabalho foi considerado pelos
apóstolos um "importante negócio" (At 6.1-6). Dentre as
características da Igreja Primitiva, vemos que os crentes "tinham tudo em
comum" (At 2.44,45).
2.3. Nas Epístolas.
O apóstolo Paulo, ensinando sobre os
dons, dá ênfase ao ministério de socorro aos pobres e carentes (Rm 12.8). O
apóstolo Tiago, de início, em sua carta, já afirma que a verdadeira religião é
visitar os órfãos e as viúvas e guardar-se da corrupção (Tg 1.27), pois "a
fé sem as obras é morta em si mesma" (Tg 2.17).
3. Agindo para glória de Deus e o
alívio do próximo.
Não precisamos, portanto, do
Socialismo, ou do Marxismo, ou da Teologia da Libertação (braço auxiliar do
marxismo que dessacraliza o evangelho e politiza o Reino de Deus) para acolher
e cuidar dos necessitados. Os representantes dessas ideologias usam um ideal
supostamente nobre para escravizar pessoas e perpetuarem-se no poder.
Infelizmente, o nosso país, bem como toda a América Latina, é vítima dessa
ideologia nefasta.
O fundamento da igreja local para a
prática social está nos salmistas, nos profetas, em Cristo e nos apóstolos, ou
seja, em toda a Bíblia. A Igreja de Cristo deve socorrer os menos favorecidos
porque o amor de Deus está em nós, e, portanto, devemos amar o nosso semelhante
(Mc 12.30,31; cf. Gl 2.10).
Que estrutura as igrejas locais têm
para atender os novos convertidos que se acham entre certos grupos:
prostitutas, moradores de rua, drogados, famintos, deficientes e deprimidos? É
preciso, à luz do exemplo do nosso Salvador, e dentro das nossas possibilidades
(Ec 9.10), estruturar o mínimo de condições para resgatar tais segmentos.
Sejamos zelosos na mordomia da ação social!
SÍNTESE DO TÓPICO II
A ação social no Antigo Testamento tem
base nos livros dos Salmos, Provérbios e profetas; no Novo, nos evangelhos, nos
Atos dos Apóstolos e nas epístolas.
SUBSÍDIO DOUTRINÁRIO
Diakonia ('Serviço', 'ministério').
São os esforços no serviço a Cristo que continuam o ministério encarnacional
que realizou e que nos ajuda a realizar. O caráter desse ministério é servir;
não imita o padrão da autoridade ou do propósito que este mundo impõe. A
essência do ministério tem sido exemplificada por Cristo de uma vez para sempre
(Mc 10.45) e, como consequência, servimos a Cristo por meio de servir à criação
que está debaixo do seu senhorio.
A dimensão de serviço no ministério
leva-nos, além de divulgar as boas-novas com denodo e coragem, a participar do
desejo de Deus que é alcançar de modo prático os marginalizados da sociedade.
As pessoas que não têm ninguém para pleitear a sua causa, e que se encontram
desconsideradas e abandonadas, também foram criadas à imagem de Deus. A Igreja,
revestida pelo poder do Espírito, terá de passar das palavras para ações se
quer ver realizados os propósitos de Deus. Não poderá haver maneira de fugir
deste fato: se vamos realmente servir no ministério continuado de Jesus Cristo,
esse serviço deverá seguir o exemplo do seu ministério" (HORTON, M. Horton
(Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD,
2018, p.604).
Ill - A MORDOMIA DOS
CRENTES NA IGREJA LOCAL
1. Em primeiro lugar é preciso
congregar.
É notório o crescimento dos
"desigrejados". Não temos espaço aqui para entrar em detalhes sobre o
fenômeno. Entretanto, um dos maiores perigos deste movimento é esta falsa
ideia: já que a "igreja sou eu", não preciso frequentar os cultos
regulares, nem ser membro de uma igreja local.
Ora, não é isso o que a Bíblia ensina,
mas exatamente o contrário: "não deixando a nossa congregação, como é
costume de alguns" (Hb 10.25). Quer sua igreja local seja grande, quer
seja pequena, ou um ponto de pregação, alegre-se em orar com os irmãos,
participar da ceia do Senhor, ouvir a Palavra de Deus, compartilhar os dons
espirituais e assistir aos mais necessitados. Tenha a alegria de congregar! Ame
a Cristo, o cabeça; mas ame também a Igreja, o seu corpo.
2. Líderes cristãos como mordomos.
Os pastores das igrejas locais, como
mordomos cristãos, têm grande responsabilidade diante de Deus pelas almas que
lhe são confiadas. Essa responsabilidade está amparada no próprio exemplo de
Jesus. Nosso Senhor ensina-nos como cuidar das almas que o Pai nos confiou. Ele
lavou os pés aos discípulos, e ensinou: "Entendeis o que vos tenho feito?
[...] Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós
também" (Jo 13.12,15-grifo meu). Aqui, está claro que nenhum líder deve
comportar-se como "maior que os outros", inacessíveis aos humildes
servos do Senhor, mas todos devem fazer parte da "irmandade da bacia e da
toalha". Essa perspectiva consciente da liderança evangélica é o mais
eficaz antídoto contra o orgulho.
3. A mordomia dos membros e congregados.
Numa igreja local, além dos líderes
terem uma responsabilidade específica, o membro do Corpo de Cristo deve ser
útil à Obra do Senhor, exercendo a mordomia do Reino de Deus conforme a sua
capacidade. Orando, louvando, testemunhando, evangelizando, visitando enfermos
e afastados, liderando departamentos e realizando outras atividades. É preciso
trabalhar "enquanto é dia" (Jo 9.4).
SÍNTESE DO TÓPICO III
A mordomia dos crentes na igreja local
leva em conta a necessidade de congregar, os líderes e também os membros como
mordomos do Reino de Deus.
SUBSÍDIO VIDA CRISTÃ
Há vária passagens no Novo Testamento
nas quais podemos ver uma descrição clara do que significa ser membro da
igreja. Uma das seções mais volumosas está em 1 Coríntios 12 a 14. Em 1 Coríntios
12, Paulo explica a metáfora da igreja como um corpo com muitos membros. Em 1
Coríntios 13, ele estabelece o amor como a atitude e a ação centrais que todos
os membros devem ter. E em 1 Coríntios 14, ele se volta à igreja em Corinto,
cuja visão a respeito do conceito de membresia está equivocada.
Alguns líderes e membros da igreja
entendem o conceito de membresia como um conceito organizacional ou ligado à
administração. Por isso, eles refutam a ideia de que sua visão seja
antibíblica. Contudo, o conceito de membresia é extremamente bíblico. A Bíblia
explica 'membros' de um modo diferente da cultura secular. Por exemplo, observe
o termo em 1 Coríntios 12.27,28:
'Ora, vós sois o corpo de Cristo e
seus membros em particular. E a uns pôs Deus na igreja...'.
Você percebe a diferença? Os membros
de uma igreja compõem o todo e são partes essenciais do todo [...]"
(RAINER, Thom S, Eu Sou Membro de Igreja: Descobrindo a atitude que faz a
diferença. Rio de janeiro: CPAD, 2018, p.25).
CONCLUSÃO
A mordomia na igreja Local abrange muitas tarefas. Precisamos saber a
nossa vocação e perseverar nela para servir melhor ao Senhor e à sua Igreja. É
um grande privilégio servir a Deus com os dons que Ele nos deu. Portanto, seja
um mordomo fiel na igreja em que você congrega. Ame a Deus, ame ao próximo, ame
à igreja e congregue com alegria. Valorize a igreja local.