Lições Bíblicas do 4° trimestre de
2018 - CPAD | Classe: Adultos | Data da Aula: 25 de Novembro de 2018
TEXTO ÁUREO
"E que amá-lo de todo o coração, e
de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças e amar o próximo
como a si mesmo é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios." (Mc
12.33)
VERDADE PRÁTICA
Amar ao próximo inclui amar até mesmo
aqueles que nos aborrecem, pois encontramos em Deus o maior exemplo de que tal
amor é possível.
LEITURA DIÁRIA
Seg. Lv 19.18: Amar ao próximo - Um
mandamento antigo
Ter. Mt 5.43,44: Orar pelos inimigos e
também por aqueles que nos perseguem
Qua. Rm 13.8: Quem ama ao próximo
cumpriu a Lei
Qui. 1Jo 3.16: O grande desafio de
evidenciar que realmente amamos
Sex. 1Jo 3.11: A grande mensagem de
Jesus desde o começo
Sab. Tg 2.8: A evidência de que se
está agindo corretamente
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Lucas 10.25-37
25- E eis que se levantou um certo
doutor da lei, tentando-o e dizendo: Mestre, que farei para herdar a vida
eterna?
26- E ele lhe disse: Que está escrito
na Lei? Como lês?
27- E, respondendo ele, disse: Amarás
ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as
tuas forças, e de todo o teu entendimento e ao teu próximo como a ti mesmo.
28- E disse-lhe: Respondeste bem; faze
isso e viverás.
29- Ele, porém, querendo justificar-se
a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo?
30- E, respondendo Jesus, disse: Descia
um homem de Jerusalém para Jerico, e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o
despojaram e, espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto.
31- E, ocasionalmente, descia pelo
mesmo caminho certo sacerdote; e, vendo-o,
passou de largo.
32- E, de igual modo, também um le-
vita, chegando àquele lugar e vendo-o, passou de largo.
33- Mas um samaritano que ia de viagem
chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão.
34- E, aproximando-se, atou-lhe as
feridas, aplicando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura,
levou-o para uma estalagem e cuidou dele;
35- E, partindo ao outro dia, tirou
dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele, e tudo o que
de mais gastares eu to pagarei, quando voltar.
36- Qual, pois, destes três te parece
que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?
37- E ele disse: O que usou de
misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai e faze da mesma maneira.
L
HINOS SUGERIDOS: 4,
8, 151 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Traduzir os ensinamentos apreendidos
nesta aula em prática na realidade.
• INTERAGINDO COM O
PROFESSOR
A lição de hoje trata-se de um
desafio ao individualismo prevalente no mundo. Ao contar a parábola do bom
samaritano Jesus ensina que ajudar o próximo está acima de diferenças étnicas e
religiosas. O doutor da Lei que interpela o Mestre querendo saber o que deveria
ser feito para se herdar a vida eterna, acaba descobrindo que suas boas ações
dirigidas apenas ao seu restrito círculo de convivência, fosse este de parentes
ou de amigos, não eram vistas como ajudas autênticas, mas apenas atitudes de
trocas. Se você só ajuda quem é parente ou amigo, sendo estes pessoas que podem
retribuí-lo, na verdade o faz apenas por saber que um dia poderá ser
recompensado. O Mestre, contudo, ensina que o próximo é toda e qualquer pessoa
que esteja necessitando de nossa ajuda.
PONTO CENTRAL: Ajudar o
próximo é uma das grandes prioridades do cristão.
INTRODUÇÃO
Em diversos momentos, Cristo aplicou-se a fazer com que as pessoas
compreendessem que seu Reino não era deste mundo (Jo 18.36), ou seja, que as
lógicas, o modo de pensar e de agir deste mundo não se coadunam com o Reino
celestial. A conhecida parábola do "bom samaritano", sem sombra de
dúvidas, é um destes momentos preciosos, no qual o Mestre serviu-se deste
método didático para trazer aos seus discípulos, e a todos quanto o ouviam e,
por extensão, a nós, um novo conceito sobre "quem" é o nosso próximo
e como devemos proceder em relação a ele.
I - INTERPRETAÇÃO DA
PARÁBOLA DO BOM SAMARITANO
I- Interpretar a parábola do
bom samaritano;
1. Uma parábola com diversas
interpretações.
A parábola do bom samaritano, ao longo
da história, tem sido alvo das mais diversas interpretações. Muitas e
conhecidas são as exposições sobre esta parábola, inclusive algumas famosas e
realizadas por grandes vultos da história cristã, que procuravam ver, por
exemplo, nesta narrativa uma representação da caminhada humana ao sair do Éden
(Jerusalém), e tomar o caminho do mundo (Jerico). Muitas destas interpretações
servem-se do método alegórico para atribuir ao texto alguns objetivos que ele
não tem.
2. Pondo Jesus à prova ou
"tentando-o".
O Mestre conta essa parábola porque um
doutor da Lei, bem-sucedido, procura-o para "pô-lo à prova" (ARA) ou
"tentá-lo" (ARC), conforme consta no versículo 25.0 termo grego
utilizado oferece a ideia de colocar à prova o "caráter" de Cristo.
Isso mostra que aquele homem, de maneira ardilosa, busca colocar o Mestre dos
mestres em situação difícil e, quem sabe imaginando receber algum elogio, o
interroga dizendo: "Mestre, que farei para herdar a vida eterna?"
(v.25).
3. "Como lês?"
Jesus, como é de costume,
"responde" com outra pergunta (v.26). Ao perguntar sobre o conteúdo
do mandamento, Jesus não questiona aquele doutor para ver se ele o conhecia,
isto é, sua pergunta demonstra interesse na forma particular de interpretação
do mandamento por parte daquele homem. Jesus quer saber como o doutor lê, como
o interpreta e de que forma olha para o mandamento. O homem não compreendendo
limita-se a responder recitando o mandamento tal como está escrito (v.27).
Percebendo Jesus que o homem conhecia muito bem o texto a ponto de recitá-lo, o
Mestre então o chama à prática (v.28). Para Jesus não bastava que aquele doutor
soubesse o conteúdo do mandamento, antes, ao Mestre importava que o homem
soubesse interpretar corretamente e, muito mais importante, colocar o
mandamento em ação em sua vida. Por isso, o Senhor Jesus diz: "faze isso e
viverás" (v.28).
4. Questão principal.
Não satisfeito, o doutor da Lei quer
saber de Jesus "quem" seria o seu próximo (v.29). Pode ser que ele
até tenha imaginado que Jesus revelaria o nome de um ente querido ou um amigo
muito amado. Quem sabe imaginou que Jesus diria que o próximo é apenas quem nos
faz bem. É neste contexto então que a Parábola é contada pelo Senhor. Jesus, ao
contar a parábola, deixa claro que as tradições e a religiosidade não podem
ensinar-nos acerca de quem é o nosso próximo. O homem que desceu de Jerusalém
para Jerico estava caído e ferido (v.30), porém, o sacerdote não o viu como seu
próximo e o levita também não (vv.31,32), mas o samaritano, surpreendentemente,
assim o enxergou (v.33). Surpreendentemente porque jamais um judeu praticante
da Lei, como aquele doutor, enxergaria nos "impuros" e
"mestiços" samaritanos, alguém próximo seu. Jesus, no entanto, assim
o vê e quer que aquele doutor da Lei veja também.
SÍNTESE DO TÓPICO I
A parábola do bom
samaritano é uma mensagem claríssima a respeito de nossa responsabilidade em
relação ao próximo.
SUBSÍDIO EXEGÉTICO
"Jesus poderia ter enfatizado ao
doutor da lei que a vida eterna é um dom de Deus, mas ele não tenta corrigir o
pensamento do doutor da lei. Ele sonda a compreensão que este perito tinha da
lei, perguntando: 'Que está escrito na lei? Como lês?’ Sabendo que o homem era
perito na lei de Moisés, Jesus pergunta como ele entende as Escrituras. O
doutor da lei responde unindo os mandamentos de amar Deus de todo o nosso ser
(Dt 6.5) e amar o próximo como a nós mesmos (Lv 19.18). Jesus concorda com a
análise, mas o doutor da lei avança e se concentra na questão do 'próximo' (plesion).
Os judeus limitavam o significado do termo próximo aos integrantes da própria
nação, exceto os samaritanos e estrangeiros [...]). Jesus redefine a palavra,
ampliando seu significado. O amor do próximo cresce por amor a Deus e deve ser
igual ao nosso amor por nós mesmos" (ARRINGTON, F. L. in ARRINGTON, French
L.; STRON- DAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2003, pp.387-88).
II - COMPAIXÃO E
CARIDADE SÃO INTRÍNSECAS À FÉ SALVADORA
II- Reafirmar que a compaixão
e a caridade são intrínsecas à fé salvadora;
1. Compaixão.
A parábola, como um todo, é marcante,
mas um momento indispensável em qualquer reflexão sobre ela está no versículo
33, quando o Mestre diz que o samaritano "chegou ao pé dele e, vendo-o,
moveu-se de íntima compaixão". A "compaixão" aqui se refere a um
sentimento intenso que causa tanto incômodo a ponto de alterar não apenas a
consciência, ou o pensamento, mas também o aspecto físico, pois o texto diz que
o samaritano "moveu-se".
2. Cuidado.
O versículo 34 diz que o samaritano
"aproximando-se, atou-lhe as feridas, aplicando-lhes azeite e vinho; e,
pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou- -o para uma estalagem e cuidou
dele". Essa ação toca no aspecto da prática do amor, isto é, o cuidado,
contida no mandamento, pois este ordena: "Amarás ao Senhor, teu Deus [...]
e ao teu próximo como a ti mesmo" (v.27 cf. Lv 19.18). 0 amor de que trata
o mandamento, não é retórico e muito menos platônico, isto é, existindo apenas
no mundo das ideias. Deus nos mostra e exemplifica o amor verdadeiro no texto
de João 3.16 quando diz que "amou o mundo de tal maneira que deu o seu
Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna". A expressão grega para dizer que Deus amou, neste texto,
foi agapao, que se refere ao amor prático, um amor que se comove,
um amor que se enche de íntima compaixão. Ensina-nos que não basta dizermos que
amamos, e nem mesmo apenas amarmos, há que se avançar para o segundo estágio
que é a prática do cuidado (1Jo 3.16-18). Não há demonstração de cuidado sem
prática, assim como não há amor sem compaixão.
3. Caridade.
O samaritano da parábola não apenas
aproxima-se do homem que está ferido à beira do caminho e nem somente se
compadece dele, mas decide curá-lo, dar-lhe atendimento de emergência e
conduzi-lo a uma estalagem (v.34). Já na estalagem, o samaritano recomenda ao
hospedeiro que cuide do homem, pois ele prosseguiria sua viagem e, quando
voltasse, pagaria qualquer despesa que tivesse sido gerada (v.35). Tais
atitudes são uma clara demonstração de amor, ou seja, o amor do samaritano ao
próximo foi expresso em atitudes e ações, ao ponto de se comprometer até mesmo
com os gastos que seriam gerados com a hospedagem do homem ferido. Para Cristo,
só existe realmente caridade se houver demonstração de amor, pois no texto de
João 3.16 não diz apenas que Deus "amou", mas também que Ele
"deu" o seu Filho. A evidência de que Deus ama é demonstrada pela sua
compaixão pelo mundo perdido. Deus se compadece e mostra isso na prática (Rm
9.16).
SÍNTESE DO TÓPICO II
Compaixão, cuidado e
amor, para os discípulos de Cristo, não podem ser apenas palavras bonitas, mas
atitudes concretas.
III - O NOSSO PRÓXIMO
É QUALQUER PESSOA NECESSITADA
III- Conscientizar de que o nosso
próximo é qualquer pessoa necessitada.
1.O "próximo".
Na Parábola, quem se fez
"próximo" do homem ferido foi uma pessoa que o doutor da Lei teria
como completamente indigna de receber sua atenção e cuidados, visto que judeus
e samaritanos nutriam recíproco sentimento de desprezo e quase ódio. Não havia
para aquele doutor exemplo mais doloroso para Cristo utilizar-se. Isso fica
demonstrado quando, ao final da narrativa, Jesus pergunta ao doutor da Lei qual
dos três havia sido o "próximo" do homem que foi espancado pelos
salteadores (v.36) e este se limita a responder: "O que usou de
misericórdia para com ele" (v.37). Ou seja, ele sequer diz que foi o
"samaritano". Mesmo assim, a palavra de Jesus, visando responder a
pergunta inicial (v.25), foi que o doutor da Lei fizesse o mesmo. Da mesma forma
devemos colocar em prática o amor que afirmamos ter a Deus sobre todas as
coisas, e ao nosso próximo, pois só assim fazendo estaremos aptos à vida
eterna. Infelizmente, nos tempos de Jesus a hipocrisia humana, que faz com que
homens conhecedores não sejam praticantes do próprio conhecimento, já estava
bem presente na sociedade judaica. Por isso, Jesus teve diversos embates com os
doutores da Lei (Mt 23.1-36).
2. Ajudar ao próximo não salva, mas é
algo que deve ser feito por quem é salvo.
Nesta parábola, Jesus não quer afirmar
que o samaritano pudesse alcançar a salvação por causa de sua beneficência e de
sua atitude amorosa. Jesus apenas está respondendo à pergunta formulada pelo
professor da Lei. É importante salientarmos que fazer obras de caridade não
leva ninguém à salvação (Ef 2.8,9). Contudo, os verdadeiros filhos de Deus são
"feitos" para as boas obras, isto é, as realizam naturalmente (Ef
2.10; Tg 2.14,17). Assim, Cristo mostra ao mestre da Lei que uma pessoa sincera
soluciona facilmente essa questão que, aos olhos daquele homem, parecia tão
complexa.
3. A medida do amor para com o
necessitado.
A medida do amor para com o próximo não
deve ser estabelecida com base nas diferenças de nacionalidade, de confissão
religiosa ou do grupo social, mas unicamente com base na necessidade do outro.
0 próximo que se encontra em uma situação de emergência e precisa que algo seja
realizado por ele naquele momento, não pode esperar qualquer análise ou palavra
"motivacional" (Tg 2.14-16). Por isso, estamos falando em ações
concretas, ajudas materiais, assim como na parábola contada por Jesus.
4. Sendo o próximo.
O doutor da Lei havia perguntado quem
era o próximo dele (v.29). Na resposta de Jesus, a pergunta é inversa, ou seja,
de quem eu posso, ou devo, ser o próximo? (v.36). A questão colocada pelo
doutor da Lei não continha nenhum interesse ou compromisso em ajudar de
verdade. Já a indagação de Jesus forçava-o a pensar acerca dessa obrigação. De
acordo com o ensinamento de Jesus, o que fica claro é que o "próximo"
trata-se de qualquer pessoa que se aproxima de outras com amor verdadeiro e
generoso sem Levar em conta as diferenças religiosas, culturais e sociais.
Jesus retoma a pergunta inicial e conclui dando uma resposta inesperada, pois o
caminho proposto por Ele é pautado no amor, com demonstrações práticas, para
com todos os homens (Lc 10.37). O coração cheio de amor fala e age de acordo
com a consideração do Mestre, perguntando sempre de quem eu posso ser o
próximo, ou seja, a quem devo socorrer.
SÍNTESE DO TÓPICO III
A dúvida a respeito
de quem é o próximo pode ser facilmente respondida, pois trata-se de qualquer
pessoa que esteja precisando de nossa ajuda.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Conforme estamos aprendendo, auxiliar
as pessoas necessitadas é também parte da missão da Igreja de Jesus Cristo.
Proponha aos alunos a visita a uma instituição de assistência social (orfanato,
asilo, abrigo, etc.) e instrua-os acerca do compromisso que temos, não apenas
coletivo, mas também individual, de agir de forma solidária para com o nosso
próximo. Tal visita pode ser feita em áreas carentes da cidade ou mesmo no
centro das grandes cidades onde se abrigam, embaixo das marquises, uma grande
quantidade de moradores de rua, inclusive, idosos e crianças. Há muito por
fazer e seria interessante que não ficássemos apenas com a reflexão em sala de
aula, mas saíssemos das "quatro paredes" da Escola Dominical
transformando em prática àquilo que estamos aprendendo bíblica e teologicamente
em sala.
CONCLUSÃO
A parábola estudada na lição de hoje
foi uma "história-exemplo", pois se trata de um mandamento de amar e
exercitar a misericórdia para com o próximo. Aqui aprendemos que o amor não
aceita limites na definição de quem é o próximo. Enquanto todas as sociedades e
seus segmentos sociais acabam levantando barreiras para separá-las das demais
pessoas, os discípulos de Cristo devem olhar para os seres humanos com
igualdade, pois o próprio Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34).
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