Lições Bíblicas do 4° trimestre de 2018 - CPAD | Classe: Adultos | Data
da Aula: 23 de Dezembro de 2018
TEXTO ÁUREO
”Cada um administre aos outros o dom
com o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus." (1Pe
4.10)
VERDADE PRÁTICA
Enquanto vigilantes aguardamos a volta
de Cristo, devemos trabalhar diligentemente na causa do Mestre.
LEITURA DIÁRIA
Seg. Cl 3.33: Faz tudo de todo coração
como se fosse para Deus
Ter. Fp 2.14: Fazer tudo sem
reclamações e queixas, pois fazemos para Deus
Qua. Ef 2.10: Fomos criados para
participar das obras que glorificam a Deus
Qui. Mt 28.19: Enquanto guardamos a
vinda do Senhor, temos que pregar o evangelho
Sex. Hb 6.10: Deus não se esquece de
nossa dedicação e do nosso trabalho
Sab. 1Co 15.58: Quem trabalha para o
Senhor pode ter certeza que será recompensando
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Mateus 25.14-30
14 - Porque isto é também como um homem
que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os
seus bens,
15-e a um deu cinco talentos, e a
outro, dois, e a outro, um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se
logo para longe.
16- E, tendo ele partido, o que
recebera cinco talentos negociou com eles e granjeou outros cinco talentos.
17- Da mesma sorte, o que recebera dois
granjeou também outros dois.
18-Mas o que recebera um foi, e cavou
na terra, e escondeu o dinheiro do seu senhor.
19- E, muito tempo depois, veio o
senhor daqueles servos e ajustou contas com eles.
20- Então, aproximou-se o que recebera
cinco talentos e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor,
entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que ganhei com
eles.
21-E o seu senhor lhe disse: Bem está,
servo bom efiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no
gozo do teu senhor.
22- E, chegando também o que tinha
recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois
talentos; eis que com eles ganhei outros dois talentos.
23- Disse-lhe o seu senhor: Bem está,
bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no
gozo do teu senhor.
24- Mas, chegando também o que recebera
um talento disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde
não semeaste e ajuntas onde não espalhaste;
25- e, atemorizado, escondi na terra o
teu talento; aqui tens o que é teu.
26- Respondendo, porém, o seu senhor,
disse-lhe: Mau e negligente servo; sabes que ceifo onde não semeei e ajunto
onde não espalhei;
27- devias, então, ter dado o meu
dinheiro aos banqueiros, e, quando eu viesse, receberia o que é meu com os
juros.
28- Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o
ao que tem os dez talentos.
29- Porque a qualquer que tiver será
dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver, até o que tem ser-lhe-á
tirado.
30- Lançai, pois, o servo inútil nas
trevas exteriores; ali, haverá pranto e ranger de dentes.
HINOS SUGERIDOS: 115, 16, 305 da Harpa
Cristã
OBJETIVO GERAL
Incentivar o desenvolvimento do dom
recebido do Senhor ao mesmo tempo em que aguardamos a vinda dEle.
• INTERAGINDO COM O
PROFESSOR
O apóstolo Pedro fala de nossa
responsabilidade no desenvolvimento de nossos dons, ao dizer que cada
"um" deve administrar "aos outros o dom como recebeu, como bons
despenseiros da multiforme graça de Deus" (1Pe 4.10). Se por um lado devemos
esperar, ou aguardar, a Vinda do Senhor, por outro, enquanto isso não acontece,
é nosso dever trabalhar na causa do Mestre, levando a Palavra do Evangelho a
todo o mundo (Mt 28.19,20). É justamente isso que o Senhor Jesus Cristo ensinou
com a parábola que estudaremos hoje. Veremos, inclusive, que fazer tal trabalho
não se trata de uma opção, mas de algo obrigatório, posto que tal ordem foi
dada pelo Senhor. Precisamos desenvolver os talentos que recebemos de Deus.
PONTO
CENTRAL: Trabalhar para o Senhor é ama forma de atuar como súditos do
Reino.
INTRODUÇÃO
A parábola dos talentos retrata um
senhor que viaja para fora do país e deixa suas posses sob a responsabilidade
de seus servos. Enquanto ele estiver ausente, os servos deverão negociar os
seus bens para obter lucro. No dia que o senhor voltar, eles deverão prestar
contas. A referência sobre o longo tempo de duração da viagem (Mt 25.19)
desperta a questão a saber quem estará pronto para o retorno do senhor.
Assim, uma das grandes lições da
parábola dos talentos está na importância de se "remir" o tempo, de
maneira sábia, antes que Cristo volte. Não se trata de uma espera
desinteressada, pois exige de cada um de nós, seus servos, que levemos adiante
a tarefa de cuidar dos "bens" e tiremos o máximo proveito da
oportunidade que nos foi confiada. Estar preparado para a volta de Jesus
significa também comprometer-se com a tarefa que nos foi designada pelo Senhor
(Lc 19.13b).
I - INTERPRETAÇÃO DA
PARÁBOLA DOS DEZ TALENTOS
I- Interpretar a parábola dos
dez talentos;
1. O contexto da parábola.
A maioria dos estudiosos enfrenta
dificuldade para explicar o contexto da parábola dos talentos, pois se trata de
uma narrativa que expõe uma realidade econômica muito distinta da nossa. Um ou
outro arriscou uma explicação dizendo que o procedimento adotado pelo senhor da
parábola era uma das formas que as pessoas de posse adotavam quando se
ausentavam por um longo período de tempo. No entanto, tal explicação não é o
mais importante, e sim a sua mensagem.
2. Conhecendo o sistema financeiro da
época.
Os estudiosos destacam ainda que embora
Jesus usasse, via de regra, em suas parábolas, imagens da vida no campo, dos
trabalhadores braçais e até da família, nesta o Senhor tomou exemplos do
sistema financeiro, pelo fato de que, naquela época, tal sistema era um assunto
corriqueiro e criticado entre as pessoas. Assim, ainda que elas não tivessem
posses e fossem pobres, sabiam desse sistema e entendiam também que as pessoas
que tinham muito dinheiro eram as que possuíam maiores condições de multiplicar
seus bens. Uma vez que desde sempre os juros de empréstimos são elevados,
certamente talvez, por isso, os servos bons e fiéis tenham atuado, eles mesmos,
como banqueiros, emprestando o dinheiro a altos juros e realizando grandes
negócios (v.27).
3. A motivação e o significado da
parábola.
Pelo contexto escatológico em que foi
contada, muito provavelmente a parábola dos talentos tem como finalidade
retratar o período que abrange desde a ascensão de Jesus até sua segunda vinda
e foi dirigida aos seus discípulos com o objetivo de alertá-los a ter uma vida
pautada nos valores do Evangelho (Mt 25.13-15). O homem rico a quem os servos
se referiram como "senhor" que iria partir é uma representação do
Senhor Jesus Cristo. A viagem a um país distante se refere à sua partida para o
céu, após a sua ascensão. Os servos eram, inicialmente, os doze discípulos a
quem Jesus dirigiu a parábola, e num sentido mais amplo, refere-se a todas as
pessoas nascidas de novo. Os talentos são os dons que o Senhor entregou aos
seus servos. Inclusive, a nossa palavra "talento", com o sentido que
conhecemos, vem desse uso que o Mestre fez da expressão. A volta do senhor dos
talentos seria o equivalente à segunda vinda de Cristo, enquanto a recompensa,
ou o castigo, seriam uma representação do destino dos salvos e dos não-salvos
(vv.20-27). A aprovação elogiosa que o senhor fez aos servos, no seu retorno,
refere-se aos galardões que se podem esperar do julgamento das obras no
Tribunal de Cristo (2 Co 5.10). Já a condenação do servo que negligenciou sua
responsabilidade em relação ao talento, é uma advertência contra o não uso, ou
o uso indevido dos dons (vv.28-30 cf. Mt 7.21-23).
SÍNTESE DO TÓPICO I
Desenvolver os
talentos, ou dons, é a grande mensagem da parábola.
SUBSÍDIO EXEGÉTICO
“A palavra grega talanton,
usada somente por Mateus, é uma moeda de alto valor, dependendo do metal do
qual é feito (em contraste com a palavra mna que Lucas usa, a
qual tinha consideravelmente menos valor, Lc 19.13). Em certo ponto um talento
era igual a seis mil denários, sendo o valor de um denário o salário de um dia
para os trabalhadores (veja Mt 18.23-28). (Em nosso idioma usamos a palavra
talento para nos referirmos à habilidade que a pessoa tenha, sentido este
proveniente desta parábola.) Emprestar dinheiro para ganhar juros e enterrar
tesouros de moedas eram práticas comuns nessa época.
“Quando o nobre volta, cada servo o
trata de 'Senhor' (kyrie). Para os leitores de Mateus conotava a
divindade de Jesus. Embora todos o chamem de Senhor, nem todos são servos
fiéis. Todo aquele que trabalha fielmente nos negócios do Reino é aprovado e
convidado a entrar no gozo do teu senhor' (Mt 25.21,23). O servo infiel afirma
que sua inação é resultado de medo do senhor, que teria ficado bravo se o servo
tivesse investido o dinheiro num empreendimento improdutivo. Em vez de arriscar
a perder, ele enterra o tesouro como garantia (cf. Mt 13.44). Mas ele se
condena com as próprias palavras. 0 senhor o chama de 'mau e negligente servo'
(Mt 25.26). Fazer o trabalho do Reino obtém abundância na consumação do tempo
do fim, ao mesmo tempo que a negligência (ou a preguiça) é recompensada com a
danação eterna {[...]). Jesus ensinou que a prática da justiça e do perdão
graciosos de Deus são indispensáveis para a salvação última" (SHELTON,
James 8. In ARRINGTON, French L.; STRONDAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico
Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, p.136).
II
- USANDO A NOSSA CAPACIDADE PARA O REINO DE DEUS
II- Incentivar a utilização
consciente e responsável dos talentos recebidos de Deus;
1. O Senhor reparte seus talentos segundo
a nossa capacidade.
A parábola dos talentos nos ensina uma
grande verdade sobre o nosso potencial, isto é, a aptidão e a possibilidade que
cada um possui de realizar uma tarefa. Por isso, o texto fala que a quantidade
de talentos foi repartida "a cada um segundo a sua capacidade"
(v.15). Deus não concede um talento a uma pessoa sem que esta tenha condições
de desenvolver e nem requer de alguém uma tarefa para a qual não a tenha
chamado. Qual é o seu talento? Qual é a sua capacidade? Contente-se com o seu
talento, pois você o recebeu do Senhor de acordo com a sua capacidade. A esse
respeito, a parábola mostra a diferença de responsabilidade, pois diferimos uns
dos outros na quantidade de dons recebidos. Note que, apesar de os servos terem
recebido uma quantidade diferente de talentos, que foram distribuídos de acordo
com a capacidade pessoal de cada um, a recompensa pela dedicação de cada um
deles à tarefa foi igual.
2. A capacitação do homem por Deus.
Desde o livro de Êxodo, a Bíblia
apresenta o agir de Deus na vida de homens com a finalidade de capacitá-los
para o exercício de uma atividade (35.30-35). O texto fala da capacitação
divina a Bezalel e a Aoliabe, dizendo que Deus lhes deu habilidade para fazerem
trabalhos manuais e engenhosos específicos, além de capacidade para criar
"invenções". Diante da grande tarefa que tinha diante de si em
liderar o povo de Deus, apesar de ter sido escolhido para desempenhar tal
papel, Salomão pede ao Senhor que lhe dê sabedoria (1 Rs 3.6-9). Assim também o
apóstolo Paulo reconhece, de forma humilde, que não somos "capazes, por
nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de
Deus" (2 Co 3.5). Esta é a atitude que se espera de quem realmente tem um
chamado da parte de Deus: Reconhecer que a nossa capacidade vem de Deus.
3. O acerto de contas.
A responsabilidade de desempenhar uma
missão na obra de Deus é de tal envergadura que a parábola que estamos
estudando fala do acerto de contas dos servos de Deus, com o seu Senhor, e
mostra algumas verdades interessantes. Entre elas a de que os homens podem até
receber dons desiguais, mas devem desenvolvê-los e entregá-los com a mesma
diligência, pois os que fizerem a vontade do seu senhor receberão a mesma
remuneração (vv.21,23). De igual forma, o negligente, independentemente do
quanto recebeu, pela sua maneira de lidar com o talento, também será punido
(vv.28,30).
SÍNTESE DO TÓPICO II
Como discípulos de
Cristo, nossos dons, recebidos dEle, devem ser utilizados para exteriorizar e
revelar o Reino de Deus.
A Origem da Nossa
Moderna Palavra "Talento"
“A definição que conhecemos de ‘talento’
como uma referência à capacidade humana é derivada desta parábola e, apesar das
pessoas interpretarem o ‘talento’ como tendo uma ligação com a capacidade há
muito tempo atrás, este uso da palavra não surgiu antes do século XV.” Para
conhecer mais, leia Compreendendo todas as Parábolas de Jesus, CPAD, p.737.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"Os três servos receberam seus
talentos (Mt 25.15). Cada um deles trabalharia e administraria os bens conforme
a sua capacidade pessoal. Aquele senhor deixou aqueles talentos em suas mãos
para serem cuidados e negociados. Não hã acepção, nem discriminação. Cada qual
negociaria da melhor forma possível com aquilo que recebeu para trabalhar. Cada
qual deveria preocupar-se apenas com o seu trabalho e procurar fazê-lo bem. Não
pode haver espaço para invejas, ciúmes e porfias entre os servos de Cristo, que
são coisas típicas de pessoas carnais (Gl 5.19-21). A entrega dos talentos
representava não só a confiança, mas significava o teste que provaria a
fidelidade de cada um deles. Os servos de Cristo na terra, da mesma forma, são
selecionados para trabalharem com os talentos recebidos, e o Senhor espera que
os mesmos trabalhem e façam multiplicar os bens do Senhor. Ele chama e
seleciona pessoas como quer" (CABRAL, Elienai. Mordomia Cristã, 1.ed. Rio
de Janeiro: CPAD, 2003, p.144).
III-TRABALHANDO ATÉ O
SENHOR VOLTAR
III- Conscientizar de que nosso
dever é trabalhar até a Vinda do Senhor.
1. Usando os talentos segundo a nossa
capacidade.
Assim como a distribuição dos bens foi
proporcional à capacidade de cada um dos servos, de igual maneira, espera-se
que a sua utilização obedeça à mesma regra, ou seja, os talentos devem ser
usados de acordo com a capacidade de cada um. A respeito do trabalho com a
expansão do Reino de Deus, o Senhor reparte talentos segundo a nossa capacidade
e os requer na mesma medida, pois "a qualquer que muito for dado, muito se
lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá" (Lc
12.48b). Cientes de sua obrigação, os dois primeiros servos, não sabendo quanto
tempo o seu senhor estaria ausente, tão logo ele se foi, começaram a negociar
imediatamente e empregaram seus talentos, ou seja, eles negociaram e não
descansaram enquanto não dobraram o que tinham recebido (vv.20,22). Em ambos os
casos os talentos foram devidamente empregados. Se o servo que recebera um
talento tivesse feito o mesmo, certamente o seu desempenho seria semelhante
(vv.26,27).
2. A advertência de que haverá uma
prestação de contas.
Por mais que tenha demorado, "o
senhor daqueles servos" voltou e chamou-os para ajustar "contas com
eles" (v.19). De modo semelhante, Cristo não nos chamou para que fiquemos
ociosos, pois Ele chamará cada um a prestar contas de seu trabalho na obra de
Deus (Lc 12.48b; 2 Co 5.10). A parábola nos adverte para o fato de que
recebemos algo de Cristo, ou seja, dons e talentos, com a finalidade de
trabalharmos para Ele, pois a "manifestação do Espírito é dada a cada um
para o que for útil" (1 Co 12.7). É necessário atentar para esta verdade,
pois o dia de prestar contas chegará e todos seremos examinados.
3. Recompensa no Tribunal de Cristo.
Além de ser uma responsabilidade,
trabalhar no Reino de Deus é um privilégio. Os elogios que o senhor fez aos
servos no seu retorno (vv.21,23) lembram dos galardões que, como seus servos,
podemos esperar no dia do julgamento de nossas obras no Tribunal de Cristo (1
Co 3.12-15 cf. 2 Co 5.10). Alegremo-nos com essa verdade.
SÍNTESE DO TÓPICO III
Não basta apenas
trabalhar, é preciso entender que o trabalho é feito para Deus a quem um dia
prestaremos contas.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Aproveite a temática da lição como um
todo, mas desse terceiro tópico, m especial, para incentivar à classe a
praticar o evangelismo pessoal e a falar de Cristo em todo e qualquer lugar,
seja nas redes sociais ou mesmo no trabalho u na vizinhança. Estimule aqueles
que têm vocação para o ensino, oferecendo a oportunidade de, nas próximas
aulas, eles introduzirem ou, talvez, concluírem a lição. Dessa forma você
estará contribuindo para a continuidade do ministério de ensino.
CONCLUSÃO
Uma vez que Jesus não estabeleceu uma
data para a sua volta, Ele pode vir a qualquer momento (Mt 24.36; Mc 13.32; At
1.7). Todavia, sempre há tempo suficiente, antes que Cristo venha, para que os
que forem servos bons e fiéis dupliquem os talentos que o Senhor lhes confiou.
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