Lições Bíblicas do 4° trimestre de
2018 - CPAD | Classe: Adultos | Data da Aula: 9 de Dezembro de 2018
DIA DA BÍBLIA
TEXTO ÁUREO
"Vigiai e orai, para que não
entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é
fraca." (Mt 26.41)
VERDADE PRÁTICA
Mesmo com oração, a ausência de
vigilância é terreno propício para que a tentação encontre brechas e nos
conduza à derrota espiritual.
LEITURA DIÁRIA
Seg. Mt 26.41: A dupla advertência de Jesus aos seus
discípulos
Ter. 1Pe 5.8,9: Estar em alerta e
vigiar, pois o Diabo está à espreita
Qua. Ap 16.15: A surpresa da vinda de
Jesus requer que estejamos vigiando
Qui. Sl 141.3,4: A maior e mais
necessária vigilância a ser exercida pelo crente
Sex. Cl 4.2: Oração, vigilância e
gratidão são práticas importantes
Sab. Mt 24.44: A vigilância é
necessária, pois o Senhor virá a qualquer momento
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Mateus 24.45-51
45- Quem é, pois, o servo fiel e
prudente, que o Senhor constituiu sobre a sua casa, para dar o sustento a seu
tempo?
46- Bem-aventurado aquele servo que o
Senhor, quando vier, achar servindo assim.
47- Em verdade vos digo que o porá
sobre todos os seus bens.
48- Porém, se aquele mau servo disser
consigo: 0 meu senhor tarde virá,
49- e começar a espancar os seus
conservos, e a comer, e a beber com os bêbados,
50- virá o senhor daquele servo num dia
em que o não espera e à hora em que ele não sabe,
51- e separá-lo-á, e destinará a sua
parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes.
HINOS SUGERIDOS: 98,
275, 548 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Conscientizar a respeito da necessidade
de vigilância espiritual.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I- Interpretar a parábola dos
dois servos;
II- Reafirmar a necessidade
de se ter vigilância;
II- Valorizar o exercício do
discernimento.
• INTERAGINDO COM O
PROFESSOR
A riqueza da Bíblia em tratar dos
assuntos espirituais já é de amplo conhecimento. Todavia, poucas vezes se pensa
acerca de sua capacidade em tratar de questões cruciais na esfera estritamente
humana, A parábola de hoje, conquanto contenha uma mensagem especificamente
escatológica, deixa entrever um fato corriqueiro do dia a dia: O exercício do
poder e da liderança oferecido a alguém que não possui condição alguma para tal
pode ser um desastre, pois entre outros males, essa pessoa pode
"abusar" de sua posição para oprimir as outras. A Bíblia, porém, é
muito clara a respeito desse tipo de atitude (1 Ts 4.6). Sejamos vigilantes,
pois o Senhor virá a qualquer momento e nos pedirá conta de todas as nossas
ações.
PONTO
CENTRAL: A vigilância espiritual deve ser prioridade na vida do discípulo
de Cristo.
INTRODUÇÃO
O texto da leitura bíblica em classe
está inserido no centro de um conjunto de ensinamentos do Senhor Jesus Cristo.
A parábola que vamos estudar é o tema central deste conjunto, ou ciclo, de
ensinamentos que se inicia no versículo três do capítulo 24 e se estende até o
último versículo do capítulo 25. Jesus está trazendo ensino escatológico para
seus discípulos. Ele inicia suas mensagens falando a respeito do princípio das
dores, perseguições, falsos profetas, esfriamento do amor, etc. (24.3-14), e
segue falando sobre a Grande Tribulação (24.15-28), decide então discorrer
sobre sua própria volta e sobre o arrebatamento dos salvos (24.29-31). Neste
momento, visando ilustrar a necessidade da vigilância (24.36-44), Ele aborda a
necessidade de estarmos preparados para sua vinda. Aprofunda-se então o tema
central que é estarmos vigilantes (24.45-51).
I - INTERPRETAÇÃO DA
PARÁBOLA DOS DOIS SERVOS
1. O servo bom e fiel.
A parábola é contada tendo como base
uma com paração entre o comportamento de dois servos. O primeiro, fiel e
prudente, confiado em uma posição superior, esforça-se para realizar,
zelosamente, a tarefa recebida, porém, ele sabe que não é administrador geral
da casa, mas apenas um despenseiro. No entanto, por ser um servo fiel e
prudente, ele agora tem a oportunidade de demonstrar, na prática, se realmente
é sábio, pois o seu senhor o premia, promovendo-o a administrador de todos os
seus bens (vv.45-47).
2. O mau servo.
A parábola não ilustra somente o perfil
do servo fiel e prudente, pois mostra quão antiético um servo pode ser quando
colocado em posição superior a dos serviçais, durante a ausência do senhor.
Conforme a narrativa, o segundo servo, recém- -promovido, agindo de forma
antiética, preferiu agir como um tirano em casa alheia, prevalecendo da
momentânea posição e entregando-se à devassidão, age irresponsavelmente
contando com a demora do seu senhor (v.49). Ele parece pensar que o seu senhor
se atrasará (v.48). Por isso, começa a prevalecer-se e resolve se
"divertir", maltratando seus conservos, amigos de trabalho. Agindo
assim, ele revela seu verdadeiro caráter, isto é, mostra-se maligno. Enquanto o
primeiro servo foi promovido (v.47), este é jogado para fora da casa, ou seja,
ele terá a mesma sorte que está reservada aos servos infiéis (v.51).
3. O destino escatológico.
Como vimos, o primeiro servo, por sua
fidelidade e bondade, será promovido, enquanto o outro, por sua maldade e
prevalecimento, será jogado para fora da casa. Ao descrever o castigo reservado
para o servo infiel, o Senhor Jesus abandonou a linguagem parabólica para falar
do destino final dos hipócritas, isto é, no lugar para onde estes irão,
"haverá pranto e ranger de dentes" (v.51). A expressão
"hipócrita", utilizada por Jesus, indica aqueles que falam, mas não
fazem, mas para se mostrarem perante os outros, observam apenas de forma
superficial e exterior a Lei de Deus, porém, sequer se aproximam do seu
cumprimento pleno e genuíno, pois isso só pode ser feito por aqueles que têm um
coração sincero e dedicado. Os hipócritas, porém, estão preocupados em apenas
"parecer" e não em "ser". O senhor da parábola requer dos
servos o cumprimento fiel da tarefa que lhes foi confiada. O servo bom e fiel é
aquele que se mantém ocupado, procurando sempre cumprir fielmente as suas
tarefas. Dessa forma, o servo estará sempre preparado para quando o seu senhor
retornar. Por outro lado, o mau servo é irresponsável e, prevalecendo da
confiança, abusa da posição e mostra-se indigno da posição que o seu senhor lhe
confiou. O discurso é claramente escatológico e tem como objetivo advertir os
ouvintes da necessidade de se viver de forma vigilante e prudente enquanto se
aguarda o retorno do Senhor (v.50).
SÍNTESE DO TÓPICO I
A parábola dos dois
servos contrasta a postura de ambos mostrando o que deve ser feito e o que é
obrigatório evitar.
SUBSÍDIO EXEGÉTICO
"Jesus conta outra parábola (que
também poderia ser chamada de Parábola do Servo Bom e do Servo Mau) sobre o
tema da prontidão (cf. Mt 12.41-46). Nesta descrição, o senhor, voltando de uma
visita inesperada, encontra o servo administrador satisfazendo ou recusando-se
a satisfazer as necessidades dos outros servos. Considerando a crítica que
Jesus fez aos líderes judeus por desconsiderarem o bem-estar das pessoas, este
servo opressivo e esbanjador serve de comentário sobre as ações dos governantes
rejeitados (Mt 23.1-4,23,24).
"O castigo do servo mau é
severo. É igual ao dos 'hipócritas' (Mt 24.51; [...]; cf. também Mt 15.7;
22.18; 23.13-15,29). Jesus deixa claro que este não é mero castigo terreno, mas
de julgamento eterno (quanto ao choro e ranger de dentes, veja também Mt 8.12;
13.42,50; 22.13; 25.30)" (SHELTON, James B. In ARRiNGTON, French L;
STRONDAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2003, p.135).
II - UM CHAMADO À
VIGILÂNCIA
1. Vigilância.
O ensino sobre a vigilância é constante
no ministério de Jesus (Mt 26.41). No intuito de demonstrar de que forma
devemos nos manter vigilantes, o Senhor Jesus narrou a parábola dos dois
servos, primeiramente contrastando o perfil de ambos ao mostrar que um era bom
e o outro mau. A ambos os servos o "senhor" da narrativa confiou a
tarefa de cuidar de seus conservos. O bom os alimentava em quantidade e hora
corretas. 0 mau os espancava, desprezava-os, e como se ainda não fosse o
bastante, comia e bebia com bêbados. O servo bom, além de fiel, era vigilante,
administrando bem aquilo que recebeu do seu senhor. O destaque à vigilância,
nesta parábola se manifesta como sendo o exercício correto da mordomia, ou
seja, o homem vigilante pratica a administração responsável do que recebeu do
seu senhor, sabendo que está lidando com o que não é seu e que brevemente terá
de prestar contas. O mesmo princípio é rememorado pelo apóstolo Paulo quando em
1 Coríntios 4.1,2, diz: "Oue os homens nos considerem como ministros de
Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. Além disso, requer-se nos
despenseiros que cada um se ache fiel". Jesus nos manda estar acordados,
alertas, vigilantes, circunspectos (Mt 25-13; Mc 14.34,37,38), isto é,
precisamos estar (ompletamente alertas!
2. Ninguém sabe o dia.
A necessidade de vigilância é clara,
pois assim como os servos da parábola não sabiam o momento certo do senhor deles
voltar, ninguém sabe quando Jesus Cristo virá (Mt 24.36). Por isso, antes de
contar a parábola dos dois servos, no versículo 43, Jesus explica isso de
maneira breve, mas cristalina. O Mestre utiliza a figura do pai de família
dizendo que se este soubesse quando o ladrão viria, vigiaria e estaria à sua
espera, impedindo que o malfeitor fizesse mal à família. Como não sabemos
quando Jesus haverá de vir, devemos estar sempre preparados (v.44), pois estar
preparado a qualquer momento para a volta de Cristo é parte da responsabilidade
básica de todo discípulo autêntico (v.46). Devemos fazer exatamente o que o
servo fiel e prudente da parábola fez, pois quando Cristo voltar seremos
felizes se Ele nos "achar servindo assim" (v.46). Não podemos nos esquecer
que, assim como retratado pelo Senhor Jesus Cristo na parábola, o "Dia do
Senhor virá como o ladrão de noite" (1 Ts 5.2).
SÍNTESE DO TÓPICO II
A vigilância é
imprescindível, porém, ela só poderá servir para algo se a vida da pessoa for
pautada na postura do servo fiel e prudente.
SUBSÍDIO DEVOCIONAL
"A respeito daqueles que estão
na igreja mas são infiéis ao Senhor, é impossível estarem vigilantes e
preparados para a volta inesperada de Cristo, se os tais não creem que Ele pode
vir agora.
(1) Qualquer crente professo que vive
em pecado, julgando que Jesus tardará a vir, tornar-se-á como o servo mau da
parábola. Ele não percebe o risco da volta do Senhor pegá-lo de surpresa
([...]).
(2) É significativo Jesus associar a
infidelidade e a hipocrisia à crença e ao desejo de que Ele demore a
voltar" (STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro:
CPAD, 2006, p.1141).
III- VIVENDO COM
DISCERNIMENTO
1. Vida dissoluta.
O versículo 49 chama a atenção para a
falta de prudência de alguém que começou a conduzir sua vida de maneira
dissoluta. Infelizmente, a postura do servo infiel de espancar os conservos,
além de comer e beber com os bêbados, revela um desejo que precisava apenas de
uma oportunidade para se manifestar. Tal comportamento nos lembra de um momento
anterior, no mesmo sermão, quando Jesus falou sobre os dias de Noé. 0 Senhor
disse que, naquele tempo, as pessoas "comiam, bebiam, casavam e davam-se
em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca" (Mt 24.38). Em outras
palavras, as pessoas do tempo do “pregoeiro da justiça" (2 Pe 2.5), viviam
sem compromisso algum com Deus, e foram surpreendidas pelo juízo divino (Mt
24.38,39). De igual forma, a vida dissoluta do mau servo, e de pessoas que se
comportam como ele, terão como destino um lugar onde haverá choro e ranger de
dentes (v.51).
2. Vida santa.
Desde os tempos de Moisés, o povo de
Deus é exortado a viver uma vida de santidade (Lv 11.44,45), isto é, uma vida separada
e consagrada totalmente ao Senhor. Para o povo da nova aliança - a Igreja -, a
mesma vida de santidade também é requerida (1 Pe 1.16), pois temos mais luz e
conhecimento em relação às coisas de Deus do que o próprio povo de Israel. Por
isso, precisamos viver uma vida com discernimento, sabendo separar aquilo que,
como santos e filhos de Deus, convém, ou não, fazer (1 Co 6.12; 10.23). Hoje,
mais do que em qualquer outra geração de cristãos, precisamos nos lembrar de
que, sem santificação, "ninguém verá o Senhor" (Hb 12.14). Devemos
ter isso muito claro em nossos corações, lembrando também que o Senhor Jesus
Cristo pode voltar a qualquer momento (Mt 24.42).
3. Administrando os bens.
Jesus contou a parábola dos dois servos
para que os ouvintes, e todos nós, optássemos em seguir o exemplo do servo fiel
e prudente, evitando o trágico fim dos hipócritas (v.51). A postura do servo
bom e fiel, que administra os bens de seu senhor conforme a justiça faz jus à
própria expressão "servo", visto que esta retrata o perfil de um
ministro dedicado, alguém que se sente satisfeito em cumprir o seu dever, que é
servir ao seu senhor. De forma semelhante, a Bíblia nos chama de despenseiros
de Deus e diz que devemos ser "bons" (1 Pe 4.10), ou seja, eficientes
e dedicados. O apóstolo Paulo também falou sobre este assunto dizendo ser
necessário que "os homens nos considerem como ministros", ou seja,
servos ”e despenseiros", isto é, administradores daquilo que Cristo coloca
sob nossa responsabilidade, requerendo apenas que cada um se ache, seja
encontrado, fiel (1 Co 4.1,2). Portanto, mais que fidelidade e prudência, o
Senhor requer de nós que sejamos bons e fiéis administradores do que não é
nosso (1 Pe 5.2).
SÍNTESE DO TÓPICO III
O exercício do
discernimento é um dos aspectos mais importantes da caminhada de fé de um
discípulo.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
"Nos tempos antigos era um costume
comum que os senhores deixassem um servo encarregado de todos os assuntos da
família. 0 servo, descrito como fiel e prudente, corresponde aos discípulos,
aos quais foi atribuída por Jesus uma responsabilidade sem precedentes. Isto
também descreve , aqueles que são indicados para posições de liderança na
igreja, que deverão estar desempenhando fielmente suas obrigações quando Jesus
(o Senhor) chegar. Estes servos receberão grandes recompensas.
"Alguns servos, entretanto, podem
decidir aproveitar-se da sua posição de liderança, maltratando os outros
entregando-se ao prazer. O servo pode ter pensado que o seu senhor estaria fora
durante um longo período, mas certo dia, virá o senhor num dia em que o não
espera e à hora em que ele não sabe. Este será um evento repentino e sem aviso
prévio, e o mau servo será surpreendido 'no ato'. O julgamento do senhor contra
o seu mau servo será extremamente severo. Ainda pior do que esse horrível
castigo será o destino eterno do servo. Ele será designado a um lugar onde
haverá pranto e ranger de dentes (referência ao inferno). O julgamento futuro
de Deus é tão certo quanto a volta de Jesus à terra" (Comentário do Novo
Testamento. Vol 1. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, p.146).
CONCLUSÃO
Há pessoas que estão se conduzindo de
modo dissoluto e fazendo mau uso dos bens que o Senhor deixou em suas mãos. São
maus servos. Correm o risco de serem pegos de surpresa e acabarem lançados nas
trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes. Por outro lado, o
servo vigilante está preparado para a vinda de Jesus. Ele não apenas está
vigilante como prega sobre a vinda de Jesus, pois como bom ministro e
despenseiro sabe que é seu dever anunciar a vinda de Cristo. O vigilante guarda
o que tem, exercitando seus talentos. Ele administra com fidelidade os bens de
seu Senhor, sabendo que um dia será promovido às mansões celestiais.
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